Ricardo González Rodríguez

Ser escritor es un privilegio de pocos...

Textos

O Guerreiro...Meus amigos!!! Parte 21.
As lembrabças da minha juventude povoavam a minha nova situação...
Meus amigos eram a  lembrança mais viva e recente.
Nada sabiam do meu destino.
Estava no Brasil e talvez começando uma nova vida.
Muitas vezes nós projetamos e idealizamo alguma coisa, mas é a própria vida que se encarrega de mudar nosso destino...
Meu destino foi mudado no fatídico ano que fracassei no vestibular e não aceitando o que a vida me havia preparado...Decidí sair do país!!!!
Mas meus amigos e eu formávamos um grupo que valorizava demais a amizade e que se sutentou e se sustentaria através do tempo.
Baseamos nosso pacto nos nobres cavaleiros da idade media que se prontificaram e orientaram  a suas vidas na divulgação da palavra de Cristo Jesus. Para que os pagãos o conhecessem!!!!
Seriamos como os templarios. Os protetores da palavra sagrada, da fé e do cristianismo.
Eu realmente acreditava em tudo aquilo. Tanto é que muitas vezes quando precisaram de mim, sempre estive junto para ajudar.
Fizemos um pacto de sangue...Francisco, Carlos, Eduardo, Ubaldo, Jorge, Fernando, Pedro e Eu!!!
Nos tornamos tão amigos que compartilhávamos tudo.
Nós preocupávamos pelos problemas sociais que atingia a nosso povo.
Na medida de nossas possibilidades ajudávamos com cursos de alfabetização, primeiro socorros, alimentos e roupas.
Este movimento que nós haviamos iniciado no colégio chamou a atenção de nosso orientados o mestre Antonio Sebastián González e que nos apoiou e orientou para desenvolver o trabalho nas comunidades carentes de Asunção a capital e depois no interior do país.
Nossa convivência com os menos favorecidos foi o que despertou em mim a ideia de me tornar médico.
A nossa política presidencial nos vendia a imagem de que em todo o país se vivia em uma harmonia total e isso não era verdade.
Mas meus olhos e as dos meus colegas desmistificavam o que o governo pregava.
Estávamos vendo com nosso próprios olhos que isso não passava de um grande embuste, de uma grande mentira...
Nas reuniões que tinhamos com nosso orientador no colégio colocávamos para ele os problemas que vivenciávamos.
Ele com grande calma e sabiduria nos orientava a continuar fazendo o serviço assistencial sem misturar com a política do governo e alertándo-nós que de fato viviamos numa ditadura e que a propaganda do governo era que todo os cidadãos viviam no paraíso.
E segum as fontes do governo protegidos da propaganda comunista que tanto incomodava aos líderes do poder...
A propagando do governo se baseava nas noticias que chegavam de nossos vizinhos Argentina, Chile e Uruguai que se debatiam em luta armada com as guerilhas que se formaram nesses países e o medo era que acontecesse o mesmo no pais...
O governo do Paraguai acreditava piamente que isto havia acontecido porque haviam sido muitos condescendentes com o povo.
Depois de estes conselhos começamos a cuidar-nos mais.
Mais precaução em nossas atividades.
Porque a paranoia estava solta.
Em realidade o cuidados com nossa segurança deveria ser redobrada para não despertar a fúria da besta.
Continuamos indo para o campo para levar nossa solidariedade aos camponeses e ensinávamos tudo.
Os alertávamos dos direitos que eles tinham e que muitas vezes não sabiam quais eram...Porque achavam que o governo era tão bom que eles não questionavam nada.
Que acreditavam que Strossner era o grande pai que os protegia.
E a popularidade do ditador era muito grande no interior.
E o problema para nós não demorou em aparecer.
Os jornais sensaccionalistas colocaram manchetes grandiosos onde rezava...
" Grupo de estudantes salesianos do colégio Monsenhor Lasagna mostram ao governo como se realiza uma ação solidária"
E foi Pedro que se maravilhou com a nota  do jornal e não parava de falar dizendo...Que os jornalistas tinham o poder nas mãos e que nada e ninguém poderiam com as palavras que esbravejavam a verdade e afirmando sem uso da força!!!!!





Ricardo Sol
Enviado por Ricardo Sol em 29/11/2020
Alterado em 06/05/2024
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